Ácaro da traquéia
O Fantasma dos Criadores de Canários
Instala-se oportunamente nas vias respiratórias das aves, podendo atacar a traquéia, sacos aéreos, pulmões e até mesmo ossos pneumáticos. Esses ácaros provocam lesões inflamatórias no trato respiratório, provocando irritação e perda da "voz", e em casos extremos pode ocorrer morte por asfixia devido a alta infestação.
O tratamento de eleição para controlar esses ácaros é o uso daivermectina, administrada de 15 em 15 dias até sanar o problema. Tomar cuidado com a época de aplicação e período de recesso na reprodução, para sucesso no tratamento.
Esses períodos devem ser analisados e determinados pelo veterinário responsável pelo plantel, de acordo com a espécie, condições nutricionais e fisiológicas da ave.
Ao se necropsiar uma ave parasitada por ácaros, encontra-se um quadro de intensa irritação do trato respiratório (pontinhos pretos) desde a traquéia até os pulmões. Essa irritação provoca dificuldade respiratória, queda no sistema imunológico e uma conseqüente instalação de patologias, secundárias (Mycoplasma, bactérias, vírus, fungos) que geralmente são a causa das mortes nas aves. Muitas vezes, mesmo matando o ácaro, as cicatrizes das lesões não permitem uma total recuperação da "voz", e em outros casos não se observam seqüelas.
Levando-se em conta a grande extensão do sistema respiratório das aves, a cronificação dessas infecções secundárias pode tornar-se um problema de difícil solução por atingir os sacos aéreos que estão distribuídos por todo corpo. É fundamental que o veterinário diagnostique e trate essas infecções para evitar a morte do animal.
Esse é o maior erro de todos os criadores, achar que o ácaro é um problema isolado enquanto ele apenas abre portas para infecções mais sérias. A ivermectina apenas mata o ácaro, enquanto a infecção secundária deve receber a terapia específica.
Qualquer terapia não deixa de ser mais um estresse para o animal, de onde devemos concluir que a prevenção continua sendo a melhor via de sucesso na criação. Isto não significa o uso de medicamentos para a prevenção que é praticamente um crime, e sim, cuidados de manejo como alimentação balanceada e contínua (sem mudanças bruscas), ausência de correntes de vento, evitar levantar poeira no criadouro (varrições) e outras formas de estresse conhecidas pelo criador.
Com uma prevenção cuidadosa e a detecção imediata das mais discretas alterações, o fantasma torna-se o que na verdade sempre foi : Nada.
Colaboração:
Rodrigo Silva Miguel
médico veterinário (CRMV SP 10.552)
Boa Tarde, Pode me ajudar com um problema em meu canário? Ele está com um canto diferente, aparentemente sem agudos. Não sei definir qual doença é e nem como tratá-lo
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